Como está a sua capacidade de ser o suporte do outro?

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Não adianta, mais cedo ou mais tarde alguém vai fraquejar. A visão de sermos um ser humano de ferro ou de alta performance quase que o tempo todo é uma frase que está sendo reinventada. Desde que o mundo é mundo vivemos performando. Pare para pensar se já não vivemos dentro de uma vida de alta performance desde que nascemos?

Ao nascer, temos que lutar para sobreviver, chorando, reclamando quando estamos com dor, querendo dormir ou apenas colo para nos sentirmos mais seguros. Fazemos isso com intensidade e performance!

Ao crescermos mais um pouco temos que nos esforçar ao máximo para identificar quem é minha mãe e meu pai para não ir com estranhos e sofrer problemas sérios. Depois preciso aprender sozinho a engatinhar, andar e falar. Fazemos isso com intensidade e performance!

Vou ficando mais velho e minha vida será inserida em um novo mundo: dividir atenção com a irmã, irmão ou colegas de escola. Aprender a dividir, saber coisas que não sabia, ter que tirar boas notas, ser um aluno comportado, me esforçar nas tarefas escolares, nas provas, trabalhos escolares que tenho que enfrentar uma sala inteira me ouvindo explicar alguma coisa, em casa em obedecer aos pais ao máximo, sofrer castigos quando desobedeço, aguentar o castigo, aprender a não desobedecer. Fazemos isso com intensidade e performance!

Ao longo do tempo começo a gostar de esportes ou alguma atividade que goste de fazer sozinho e me especializo naquilo, procuro, busco, aprendo, erro, aprendo de novo e fico bom para poder ser escolhido nos times de competição. Fazemos isso com intensidade e performance!

Depois preciso aprender a como namorar, como fazer uma pessoa feliz junto comigo, entender que posso ferir os sentimentos de alguém e que preciso aprender a pedir desculpas, saber reconhecer meus erros, melhorar, tentar de novo. Nem sempre eu quis prestar atenção na aula, fazer a tarefa, ajudar em casa… Fazemos isso com intensidade e performance!

Depois, tenho de aprender a aceitar que o outro também tem seus defeitos e falhas e que eles precisam ser corrigidos como os meus e ver que o outro também se esforça para ser melhor a cada dia. Fazemos isso com intensidade e performance!

Depois preciso aperfeiçoar ainda mais meu saber e me especificar em alguma área de conhecimento em que serei novamente avaliado, terei tarefas, trabalhos em grupo, terei que ir atrás sozinho dos materiais para conseguir me dar bem nas tarefas e conseguir ser aprovado em todas as matérias e, às vezes, aguentar jornada de estudo e trabalho. Fazemos isso com alta intensidade e performance!

Ah, tem o trabalho remunerado, essa fase de vida em que temos que aprender coisas novas, às vezes, não relacionado ao que gosto, e trazer bons resultados para conseguir ter minha renda. Fazemos isso com intensidade e performance, senão sou mandado embora!

Depois de muito tentar, decido casar, ter filhos, aumentar as responsabilidades para conseguir dar conta de tudo. E, às vezes, não dou conta de tudo e preciso de um apoio, mas não aquele apoio de alguém esfregar na minha cara que é tudo culpa da minha moleza de vida em não saber o que quero. Como não?

Tudo o que faço durante toda minha existência é fazer algo em prol do que quero e preciso, nem que seja um querer que vai contra o que o outro quer, mas que é um querer. Pode ser que esse querer vá de encontro e até contra ao que a vida me exige, mas é um querer. E faço isso com intensidade e performance também!

Só que às vezes bate um cansaço e o desejo de ter um ponto de apoio. Não para me escorar em alguém e ficar acomodado assim pra sempre (percebe que até esses acomodados são assim com intensidade e performance?), mas para ter um momento de refrigério, de descanso. Quando procuro um ponto de apoio, quem será que surge?

Alguns, ao ouvir alguém dizer que está precisando de um ponto de apoio, simplesmente resolvem virar a cara e desprezar quem pede “colo”, como se dissessem que a necessidade de quem pede ajuda nunca será a dele, um dia.

Mas outros não. Resolvem acolher. Talvez, por já terem passado pela experiência de precisar de um ponto de apoio, terem tido, e verem que é muito bom estender a mão a quem precisa e não ser igual àqueles que viram a cara. O mundo estaria perdido se todos fossem assim.

Quando alguém precisa de você para ser o ponto de apoio dela, devido a todas as lutas que estão invisíveis aos olhos alheios, mas existentes no interior de quem vive, e o cansaço surge, o que você faz? Vira o rosto ou oferece o apoio com toda intensidade e performance?

Escrito por Guliver Nogueira em 23.02.2022

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