Você está preparado para só ter gente perto de você enquanto você for útil?

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Não há como discutir, o mundo dos adultos é cheio de relações por interesse. Dependendo de qual, esses interesses são até normais, mas cheio de pormenores.

O problema acontece quando as relações de interesse são claramente manifestas nos momentos em que alguém está passando por algum aperto ou problema, e precisa de você para sair dele, trazendo as soluções para te ajudar.

Quando esse aperto não está acontecendo e não há necessidade da solução de nenhum problema, a relação de interesse deveria continua acontecendo, mas no nível emocional, afetivo, do interesse em gostar da sua pessoa.

Sabe aqueles momentos quando alguém te liga ou vai de surpresa te visitar na sua casa e mostra interessa por você, na sua capacidade de conversar, de rir, de querer fazer algo divertido, de se distrair ou até mesmo de se interessar pelos seus problemas para tentar ajudar a resolvê-los? 

Pois é. 

Parece que esse tipo de interesse em você (como um ser humano que tem sentimentos) fica inexistente em certas relações sociais. E o pior de tudo é ver que isso também acontece num ambiente que não deveria acontecer: na família. E acontece muito!

Aquele interesse genuíno em você, na pessoa, tem sido algo praticamente inexistente, raro entre os seres humanos. Ninguém quer mais saber tanto assim se você está feliz, triste, preocupado, solitário… Geralmente, o nível de interação social, tem ficado no nível superficial, do simples interesse na utilidade do que o outro pode fazer por você.

Geralmente, nessas relações de interesse, as pessoas só nos procuram quando estão precisando de alguma ajuda ajuda, ou seja, querem saber se você está servindo para resolver os problemas deles. Caso a pessoa veja que você não tem mais aquela utilidade de outrora, o interesse por você desaparece.

E é exatamente assim que você vai se tornando como se fosse um objeto para as pessoas. E objetos, como não tem emoção, nem sentimento, nem vontades, nem nada; se não é mais útil, faz com que não se tenha mais motivo para dedicar atenção a esse “objeto”.

Porém, se o “objeto” ainda “presta”, e consegue “funcionar” como quero, aí quero ele perto de mim. Caso contrário, “jogo fora” ou deixo num canto pegando poeira.

Enquanto isso for assim, a humanidade continuará vendo tantas atitudes bizarras que temos visto. No mundo pós-moderno, está sendo amplamente e sutilmente difundido um pensamento no inconsciente coletivo, de que as pessoas podem ser tratadas como objetos, coisas. Se a pessoa tem “utilidade”, deixa por aqui. Não tem mais? Vamos “jogá-la fora”!

E isso tem acontecido com uma sutileza horrivelmente perversa. E o mais grave: parece que isso ninguém está vendo… Ou, pelo menos, fingindo que não está…

Escrito por Guliver Nogueira (16.07.2021)

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