Você é dono(a) da mudança do outro?

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Certa vez, conversando com uma pessoa, disse a ela uma reflexão bíblica que fiz sobre as escolhas que as pessoas fazem, até no seu último minuto de vida.

Quando Jesus foi crucificado, ele não estava sozinho. Tinham duas pessoas com ele, uma de cada lado. Eles eram ladrões.

Um dos ladrões, tido como o mau ladrão, diz a Jesus: “Se és o Cristo, salva-te a ti mesmo e salva-nos a nós!”, desafiando a Deus. O outro ladrão briga com o desafiador e fala: “Nem sequer temes a Deus, tu que sofres no mesmo suplício? Para nós isto é justo: recebemos o que mereceram os nossos crimes, mas este não fez mal algum.”

E depois, faz um pedido: “Jesus, lembra-te de mim, quando tiveres entrado no teu Reino!”. Jesus, vira para o ladrão que o defendeu e diz: “Em verdade te digo: hoje estarás comigo no paraíso.”

Você já reparou que Jesus só fala algo para bom ladrão? Já parou para pensar por qual motivo Jesus não diz nada ao mau ladrão?

Deus só está aberto e disposto a resgatar quem quer ser resgatado. Jesus, na cruz, não disse nada ao mau ladrão, pois este não queria se salvar, mudar, se arrepender. Queria usar do poder de Deus para se livrar do seu suplício e voltar a cometer os mesmos erros.

Diante de pessoas adultas que não querem mudar, que não se movimentam em direção à mudança, que não pedem ajuda como o bom ladrão pediu, não há o que ser feito. Jesus, diante de alguém que o desafiou, deu o silêncio como resposta.

E nós, quando alguém faz uma escolha ruim e ela não pede ajuda, queremos nos tornar donos da salvação alheia, da mudança do outro, ao invés de colocar o foco onde precisa existir o foco: em nossa própria mudança com a ajuda de Deus.

Claro que existem decisões que o outro toma e que vai trazer consequências diretas para mim, individualmente. Mas é daí? Isso é o que deve ser vivido para o momento. Saber administrar as consequências naturais que acontecem comigo, por decisões tomas pelo outro é algo que preciso aceitar que sempre vai acontecer. E estar preparado(a) para esses momentos é fundamental.

Sabe por qual motivo as palavras convencem, mas o exemplo arrasta?

Quando eu ensino dando exemplo, eu coloco o meu foco no acerto, no caminho certo, no bem; e vou colhendo os frutos dessa minha escolha, na frente de todos os que estão perto de mim.

Quando o outro está no erro, é infalível a colheita de mais e mais problemas. E nenhum ser humano no mundo aguenta viver 24h todos os dias, dentro de problemas.

Quando ele cansa das escolhas erradas, aí ele cai em si para poder fazer a mudança que tanto se faz necessária. Assim, colherá os frutos bons por suas novas escolhas e caminhos, bem semelhante aos frutos de quem te deu exemplo antes.

Isto é o respeito que Jesus nos ensina sobre o livre arbítrio do outro, mesmo depois de ter ensinado tanto com palavras, na época de sua vida pública.

Judas Iscariotes e o mal ladrão fizeram suas escolhas pessoais. E Jesus não fez nada para mudar isso, pois Deus não escolhe por ninguém. Mas sempre acolhe com abundância de amor, aqueles que escolhem estar com Ele.

Seja muito mais exemplar na vida, para que o outro consiga ver o motivo pelo qual ele precisa rever suas próprias escolhas erradas, para, assim, conseguir se movimentar para mudar.

Escrito por Guliver Nogueira (01.11.2021)

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